Verticalização como estratégia de sobrevivência produtiva: o caso VIARE de resiliência industrial frente à desindustrialização brasileira
Verticalization as a productive survival strategy: the VIARE case of industrial resilience in the face of Brazilian deindustrialization
DOI:
https://doi.org/10.51473/rcmos.v1i1.2025.1105Palavras-chave:
verticalização produtiva, resiliência empresarial, desindustrialização no Brasil, cadeia de valor integrada, engenharia de produção.Resumo
Nas últimas décadas, o Brasil atravessou um processo acelerado e silencioso de desindustrialização, agravado por fatores estruturais como a elevada carga tributária, a instabilidade jurídica e a invasão massiva de produtos importados de baixo custo. Nesse cenário adverso, a verticalização produtiva — historicamente encarada como onerosa e inviável — ressurge como uma estratégia de resiliência, inovação e soberania empresarial. Este artigo apresenta o estudo de caso da metodologia VIARE (Verticalização Integrada de Alta Resiliência Empresarial), aplicada com sucesso por uma empresa nacional do setor de acessórios esportivos, que inverteu a lógica da terceirização e reconstruiu toda a sua cadeia de valor de forma integrada e autossuficiente. Desenvolver e implementar um modelo tão robusto exigiu um nível incomum de domínio técnico, visão sistêmica e capacidade de integração multidisciplinar. Talvez por isso, até hoje, não tenha sido desenvolvido ou aplicado em larga escala: trata-se de um sistema complexo, que demanda um profissional multifacetado, com formação técnica, científica e estratégica capaz de compreender 100% da cadeia produtiva e logística. A partir de uma abordagem que combina engenharia de produção, logística estratégica e psicopedagogia organizacional, o projeto VIARE obteve resultados mensuráveis e extraordinários: aumento de 27% na eficiência operacional, crescimento da margem líquida de 2,5% para 11% em cinco anos, e consolidação como maior fabricante do segmento na América Latina. O modelo desafia a narrativa dominante da dependência externa e propõe um novo paradigma de industrialização baseada em inteligência sistêmica, domínio técnico e fortalecimento interno. Este artigo propõe-se, portanto, como uma luz para empresas que enfrentam os mesmos desafios e como um marco de referência para universidades, empreendedores e formuladores de políticas públicas interessados na reconstrução da capacidade industrial brasileira. Também busca incentivar estudos complementares que possam potencializar e aperfeiçoar a eficiência do método VIARE.
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