O Papel da Interação Social na Aprendizagem Científica: Uma Leitura Vygotskiana
Thinking the construction of scientific knowledge from the historical-cultural perspective
DOI:
https://doi.org/10.51473/rcmos.v1i1.2025.1203Palavras-chave:
Conhecimento Científico. Histórico-cultural. Práticas epistêmicas.Resumo
O artigo objetivou refletir sobre a construção do conhecimento científico partindo da perspectiva histórico-cultural focalizando, em especial, o conceito de práticas epistêmicas para o ensino e aprendizagem das ciências no contexto escolar. Foram apresentados alguns dos principais pressupostos de Vygotski quanto à origem sociocultural das funções psicológicas superiores, do processo de mediação, linguagem e pensamento, significado e sentido, na medida em que se entende que eles poderão colaborar para a construção do conhecimento científico, mediante o desenvolvimento das práticas epistêmicas. Notou-se que as práticas epistêmicas, a partir da perspectiva histórico-cultural, podem ser consideradas como uma prática social constituída por meio das interações e dos diálogos que se estabelecem entre os alunos. Os estudos realizados por Vygotski, além de permitir muitas outras leituras acerca das relações entre ensino e aprendizagem, em razão da extrema amplitude de seu pensamento, contribuem para elucidar sobre como determinadas práticas socioculturais se manifestam em contextos de interação escolar. Espera-se que as reflexões realizadas no presente artigo possam contribuir, para os estudantes, no processo de construção do conhecimento científico
Downloads
Referências
AGUIAR, W. M. J.; OZELLA, S. Apreensão dos sentidos: aprimorando a proposta dos núcleos de significação. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Brasília, v. 94, n. 236, p. 299-322, 2013. DOI: https://doi.org/10.1590/S2176-66812013000100015
AGUIAR, W. M. J.; SOARES, J. R.; MACHADO, V. C. Núcleos de significação: uma proposta histórico-dialética de apreensão das significações. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 45, n. 155, p. 56-75, 2015. DOI: https://doi.org/10.1590/198053142818
BAZERMAN, C. Shaping written knowledge. Madison, WI: University of Wisconsin Press, 1988.
CACHAPUZ, A.; PRAIA, J.; JORGE, M. Da Educação em Ciência às orientações para o Ensino das Ciências: Um repensar epistemológico. Ciência & Educação (Bauru), Bauru, v. 10, n. 3, p. 363-381, 2004. DOI: https://doi.org/10.1590/S1516-73132004000300005
CONSTANTINO, E. P. et al. Psicologia: reflexões sobre as relações sujeito-objeto. In: CONSTANTINO, E. P.; CARNEIRO, M. C.; VASCONCELOS, M. S. (org.). Teoria histórico-cultural: implicações para a psicologia. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2014. p. 39-53.
KELLY, G. J.; CHEN, C. The Sound of Music: Constructing Science as Sociocultural Practices through Oral and Written Discourse. Journal of Research in Science Teaching, v. 36, n. 8, p. 883-915,1999. DOI: https://doi.org/10.1002/(SICI)1098-2736(199910)36:8<883::AID-TEA1>3.3.CO;2-9
KELLY, G. J.; CHEN, C.; CRAWFORD, T. Methodological considerations for studying science-in-the-making in educational settings. Research in Science Education, v. 28, p. 23-49, 1998. DOI: https://doi.org/10.1007/BF02461640
KELLY, G. J.; GREEN, J. What count as science in high school and college classrooms? Examining how teacher’s knowledge and classroom discourse influence opportunities for learning sciences. The Journal of Classroom Interaction, v. 32, n. 2, p. v–vi, 1997.
KELLY, G. J.; LICONA, P. Epistemic Practices and Science Education.
In: MATTHEWS, M. R. (ed.). History, Philosophy and Science Education: New Perspectives. New York: Springer International Publishing, 2018. p. 139-165. DOI: https://doi.org/10.1007/978-3-319-62616-1
KELLY, G.; CRAWFORD, T.; GREEN, J. Common Task and Uncommon Knowledge: Dissenting Voices in the Discursive Construction of Physics Across Small Laboratory Groups. Linguistics and Education, v. 12, n. 2, p. 135-174, 2001. DOI: https://doi.org/10.1016/S0898-5898(00)00046-2
KELLY, G.; DUSCHL, R. Toward a research agenda for Epistemological studies in science education. In: ANNUAL MEETING OF THE NATIONAL ASSOCIATION FOR RESEARCH IN SCIENCE TEACHING, 2002, New Orleans, LA. Proceedings [...]. New Orleans, LA: The Program Chair, 2002. p. 1-51.
KNORR-CETINA, K. Epistemic cultures: how the sciences make knowledge. Cambridge, MA: Harvard University Press, 1999. DOI: https://doi.org/10.4159/9780674039681
KOZULIN, A. Psychological tools and mediated learning. In: KOZULIN, A. et al. (ed.). Vygotsky’s educational theory in cultural context. Cambridge, UK: Cambridge University Press, 2003. p. 15-38. DOI: https://doi.org/10.1017/CBO9780511840975.003
OLIVEIRA, M. K. Vygotsky. Aprendizado e desenvolvimento: um processo sócio-histórico. São Paulo: Scipione, 2003.
REGO, T. C. Vygotsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação. Petrópolis: Vozes, 1995.
REVELES, J. M.; KELLY, G.; DURÁN, R. P. A sociocultural perspective on mediated activity in third grade science. Cultural Studies of Science Education, v. 1, n. 3, p. 467-495, jan. 2007. DOI: https://doi.org/10.1007/s11422-006-9019-8
SASSERON, L. H.; DUSCHL, R. A. Ensino de ciências e as práticas epistêmicas: o papel do professor e o engajamento dos estudantes. Investigações em Ensino de Ciências, Porto Alegre, v. 21, n. 12, p. 52-67, 2016. DOI: https://doi.org/10.22600/1518-8795.ienci2016v21n2p52
SILVA, A. C. T. Interações discursivas e práticas epistêmicas em salas de aula de ciências. Revista Ensaio, Belo Horizonte, v. 17, n. especial, p. 69-96, nov. 2015. DOI: https://doi.org/10.1590/1983-2117201517s05
VYGOTSKII, L. S.; LURIA, A. R.; LEONTIEV, A. N. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. 12. ed. São Paulo: Ícone, 2012.
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. 5. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1994.
WICKMAN, P.-O.; ÖSTMAN, L. Learning as discourse change: A sociocultural mechanism. Science Education, v. 86, issue 5, p. 601-623, 2002. DOI: https://doi.org/10.1002/sce.10036
Downloads
Arquivos adicionais
Publicado
Edição
Seção
Categorias
Licença
Copyright (c) 2025 Maria Vitória Piemonte Constantino (Autor)

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Este trabalho está licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0). Isso significa que você tem a liberdade de:
- Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer meio ou formato.
- Adaptar — remixar, transformar e construir sobre o material para qualquer propósito, inclusive comercial.
O uso deste material está condicionado à atribuição apropriada ao(s) autor(es) original(is), fornecendo um link para a licença, e indicando se foram feitas alterações. A licença não exige permissão do autor ou da editora, desde que seguidas estas condições.
A logomarca da licença Creative Commons é exibida de maneira permanente no rodapé da revista.
Os direitos autorais do manuscrito podem ser retidos pelos autores sem restrições e solicitados a qualquer momento, mesmo após a publicação na revista.