Exposição às telas durante a primeira infância: implicações para o neurodesenvolvimento infantil
Exposure to screens during early childhood: implications for children's neurodevelopment
DOI:
https://doi.org/10.51473/rcmos.v1i2.2025.1227Palavras-chave:
uso de telas. Primeira Infância. NeurodesenvolvimentoResumo
O presente estudo aborda os efeitos da exposição excessiva às telas durante a primeira infância e suas implicações no neurodesenvolvimento infantil. A revolução digital tem inserido dispositivos eletrônicos no cotidiano das famílias, levando crianças a um contato precoce com mídias digitais. A primeira infância, período marcado por intensa neuroplasticidade, depende fortemente de interações sensoriais, sociais e motoras para o desenvolvimento saudável do cérebro. A pandemia de COVID-19 intensificou a exposição das crianças às telas, superando as recomendações da Academia Americana de Pediatria. A literatura aponta que o uso excessivo de telas está associado a déficits no desenvolvimento cognitivo, atraso na linguagem expressiva, prejuízos na função executiva e alterações estruturais na substância branca cerebral. As teorias de Piaget, da neuroplasticidade e da integração sensorial oferecem base teórica para compreender como o uso de telas pode interferir na construção ativa do conhecimento infantil. Por meio de uma revisão narrativa da literatura, com base em descritores DeCS e seleção de estudos relevantes, evidenciou-se que o tempo de tela substitui interações fundamentais para o desenvolvimento infantil. Estudos longitudinais e com neuroimagem demonstram alterações no cérebro de crianças com uso elevado de mídias digitais. Conclui-se que o uso de telas deve ser controlado e mediado por adultos, especialmente nos primeiros cinco anos de vida, visando preservar a saúde neurológica e o desenvolvimento global da criança. A atuação integrada de profissionais de saúde, educadores e famílias é essencial para aplicação eficaz dessas recomendações.
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