Violência obstétrica e o papel da enfermagem na promoção de um parto humanizado
Obstetric violence and the role of nursing in the promotion of humanized childbirth
DOI:
https://doi.org/10.51473/rcmos.v1i2.2025.1384Palavras-chave:
enfermagem obstétrica; parto; saúde da mulher; violência obstétrica.Resumo
Introdução: A violência obstétrica constitui um fenômeno de expressiva relevância social e científica, por comprometer a dignidade, a integridade física e psicológica das mulheres durante o processo de parturição, configurando-se como uma violação de direitos humanos e de princípios éticos que regem as práticas em saúde. Nesse contexto, a enfermagem assume um papel central, enquanto agente promotor do cuidado humanizado, com a responsabilidade de prevenir e enfrentar condutas abusivas ou negligentes que possam caracterizar formas de violência no ambiente obstétrico. Objetivo: Analisar o papel da enfermagem na prevenção da violência obstétrica, a partir da identificação das práticas assistenciais que favoreçam a humanização do parto e assegurem o respeito à autonomia da mulher. Materiais e método: Trata-se de uma revisão narrativa da literatura, com abordagem qualitativa, realizada por meio de levantamento sistemático em bases de dados científicos indexados, buscando-se selecionar publicações recentes e pertinentes ao objeto de estudo. A análise será conduzida mediante categorização temática, o que possibilitará a síntese e a interpretação crítica dos achados. Resultados: Espera-se identificar e sistematizar as principais estratégias adotadas por profissionais de enfermagem para a prevenção da violência obstétrica, destacando-se as práticas que valorizam a escuta ativa, o respeito às escolhas da parturiente, a redução de intervenções desnecessárias e a oferta de suporte físico e emocional durante todo o processo do parto. Além disso, prevê-se evidenciar a relevância da formação ética, técnica e humanística dos profissionais, de modo a fortalecer a qualidade da assistência. Conclusões: Considera-se que a enfermagem obstétrica desempenha função essencial na promoção de um parto humanizado, sendo indispensável ao enfrentamento da cultura institucional que ainda perpetua práticas violentas no âmbito obstétrico. Ao contribuir para o fortalecimento das políticas públicas de saúde voltadas à proteção das mulheres, a enfermagem se afirma como protagonista na defesa dos direitos das parturientes e na consolidação de uma assistência baseada na dignidade e no respeito à autonomia feminina.
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