Uso de Inteligência Artificial e o Colapso Previdenciário Brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.51473/rcmos.v1i2.2025.1498Palavras-chave:
Inteligência Artificial, Previdência Social, Transformação Digital, Sustentabilidade Econômica, Políticas PúblicasResumo
A rápida expansão do uso da Inteligência Artificial (IA) representa uma das mais significativas transformações socioeconômicas do século XXI, especialmente pela substituição progressiva de atividades intelectuais antes desempenhadas por seres humanos. Tal fenômeno tende a gerar efeitos profundos sobre o sistema previdenciário brasileiro, já fragilizado, ao impactar diretamente a renda da classe média e, consequentemente, seus níveis de contribuição e poupança. Este trabalho, por meio de uma ampla revisão bibliográfica, busca analisar de forma crítica as implicações econômicas e sociais da adoção generalizada da IA no Brasil, com ênfase em seus possíveis reflexos sobre o equilíbrio e a sustentabilidade do modelo previdenciário nacional. A pesquisa propõe, ainda, reflexões sobre políticas públicas e alternativas de adaptação do sistema frente às transformações tecnológicas em curso.
Downloads
Referências
AGÊNCIA BRASIL. Classe média brasileira representa 54% da população. Brasília, 11 fev. 2014. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2014-02/classe-media-brasileira-representa-54-da-populacao
. Acesso em: 23 mar. 2025.
ALBUQUERQUE, G. Classes médias e política no Brasil. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977.
BANERJEE, A. V.; DUFLO, E. What is middle class about the middle classes around the world? Cambridge, MA: Massachusetts Institute of Technology, Department of Economics, dez. 2007. DOI: https://doi.org/10.2139/ssrn.1070124
BECKER, G. S. Investment in human capital: a theoretical analysis. The Journal of Political Economy, v. 70, n. 5, parte 2: Investment in Human Beings, p. 9–49, 1962. DOI: https://doi.org/10.1086/258724
BERNHEIM, D.; GARRETT, D.; MAKI, D. Education and saving: the long-term effects of high school financial curriculum mandates. Journal of Public Economics, v. 80, n. 3, p. 435–465, 1997. DOI: https://doi.org/10.1016/S0047-2727(00)00120-1
BRYNJOLFSSON, E.; MCAFEE, A. The second machine age: work, progress, and prosperity in a time of brilliant technologies. [S.l.]: W. W. Norton & Company, 2014.
CAMPBELL, J. Y. Household finance. The Journal of Finance, v. 61, n. 4, p. 1553–1604, 2006. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1540-6261.2006.00883.x
COSTA, C. M.; MIRANDA, C. J. de. Educação financeira e taxa de poupança no Brasil. Vitória: Fundação Instituto Capixaba de Pesquisa em Contabilidade, Economia e Finanças (FUCAPE), [s.d.].
FREY, C. B.; OSBORNE, M. A. The future of employment: how susceptible are jobs to computerization? Technological Forecasting and Social Change, v. 114, p. 254–280, 2017. DOI: https://doi.org/10.1016/j.techfore.2016.08.019
FRIEDMAN, M. A theory of the consumption function. Princeton, N.J.: Princeton University Press, 1957.
GOES, H. Manual de direito previdenciário. 16. ed. Rio de Janeiro: Método, 2020.
HEIDEGGER, M. A questão da técnica. Trad. Mário Botas. In: Ensaios e conferências. Petrópolis: Vozes, 2002. p. 11–38.
HUGGETT, M.; VENTURA, G. Understanding why high income households save more than low income households. Journal of Monetary Economics, v. 45, p. 361–397, 2000. DOI: https://doi.org/10.1016/S0304-3932(99)00058-6
IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Síntese de Indicadores 2011. Rio de Janeiro: IBGE, 2015.
IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios: síntese de indicadores 2015. Rio de Janeiro: IBGE, 2016. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv98887.pdf
. Acesso em: 23 mar. 2025.
KEYNES, J. M. Economic possibilities for our grandchildren. In: Essays in persuasion. London: Macmillan, 1933. p. 358–373.
LEE, R. The demographic transition: three centuries of fundamental change. The Journal of Economic Perspectives, v. 17, n. 4, p. 167–190, 2003. DOI: https://doi.org/10.1257/089533003772034943
MANKIW, N. G. Macroeconomia. Rio de Janeiro: LTC, 2008.
MINCER, J. A. The human capital earnings function. In: Schooling, experience, and earnings. New York: Columbia University Press, 1974. p. 83–96.
MODIGLIANI, F.; BRUMBERG, R. H. Utility analysis and the consumption function: an interpretation of cross-section data. In: Post-Keynesian economics. New Brunswick, NJ: Rutgers University Press, 1954. p. 388–436.
NERI, M. C. A nova classe média: the new middle class. Rio de Janeiro: Fundação Getulio Vargas (FGV), Centro de Políticas Sociais, 2011. Disponível em: https://repositorio.fgv.br/server/api/core/bitstreams/372eb2c7-1c9d-41e4-8ef2-6dad2f1fed64/content
. Acesso em: 23 mar. 2025.
QUADROS, W. J. Aspectos da crise social no Brasil dos anos oitenta e noventa. Tese (Livre-Docência) – Instituto de Economia, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2003.
REIS, A. K. M. dos; CASAGRANDA, Y. G. A previdência social brasileira e a sustentabilidade financeira dos seus regimes: sistematização da teoria. Revista de Gestão, Finanças e Economia (ReGFin), v. 12, n. 2, p. 67–84, 2023. DOI: https://doi.org/10.12662/2359-618xregea.v12i2.p67-84.2023
RICARDO, D. Princípios de economia política e tributação. Trad. Paulo Henrique Ribeiro Sandroni. 4. ed. São Paulo: Nova Cultural, 1996.
SCALON, C.; SALATA, A. Uma nova classe média no Brasil da última década? O debate a partir da perspectiva sociológica. Sociedade e Estado, v. 27, p. 387–407, 2012. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-69922012000200009
SCHULTZ, T. W. Investment in human capital. The American Economic Review, v. 51, n. 1, p. 1–17, 1961.
SECRETARIA DE ASSUNTOS ESTRATÉGICOS DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA (SAE/PR). Vozes da classe média. Brasília: Edição Marco Zero, 2012.
SILVA, A. S. P. da; PORSSE, A. A.; BITTENCOURT, M. V. L. O déficit da previdência social no Brasil: simulações de reforma com um modelo EGC dinâmico. Brasília: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), [s.d.]. Disponível em: https://repositorio.ipea.gov.br/
. Acesso em: 23 mar. 2025.
SILVEIRA, M. A. C. da; MOREIRA, A. R. B. Taxa de poupança e consumo no ciclo da vida das famílias brasileiras: evidência microeconômica. Texto para Discussão (TD) 1997. Brasília: IPEA, 2014. Disponível em: https://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/tds/td_1997.pdf
. Acesso em: 23 mar. 2025.
TAFNER, P.; BOTELHO, C.; ERBISTI, R. Transição demográfica e o impacto fiscal na previdência brasileira. In: CAMARANO, A. A. (Org.). Novo regime demográfico: uma nova relação entre população e desenvolvimento? Rio de Janeiro: Ipea, 2014. p. 539–570.
TCU – TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. Parecer prévio e síntese do relatório sobre as contas do presidente da República: resultado previdenciário. Brasília: TCU, 2019.
TOMLINSON, K.; JAFFE, S.; WANG, W.; COUNTS, S.; SURI, S. Working with AI: measuring the applicability of generative AI to occupations. Redmond: Microsoft Research, 9 set. 2025.
VAN ROOIJ, M.; LUSARDI, A.; ALESSIE, R. Financial literacy and stock market participation. Journal of Financial Economics, v. 101, n. 2, p. 449–472, 2011. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jfineco.2011.03.006
WORLD BANK. Poverty & shared prosperity 2018: piecing together the poverty puzzle. Washington, DC: World Bank, 2018.
XU, D.; YANG, H.; RIZOIU, M.-A.; XU, G. Being automated or not? Risk identification of occupations with graph neural networks. arXiv preprint arXiv:2209.02592, 2022. Disponível em: https://arxiv.org/abs/2209.02592 DOI: https://doi.org/10.1007/978-3-031-22064-7_37
. Acesso em: 23 mar. 2025.
ZIATDINOV, R.; ATTERAYA, M. S.; NABIYEV, R. The fifth industrial revolution as a transformative step towards society 5.0. Societies, v. 14, n. 2, p. 19, 2024. Disponível em: https://doi.org/10.3390/soc14020 DOI: https://doi.org/10.3390/soc14020019
.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Categorias
Licença
Copyright (c) 2025 João Gondim Neto (Autor)

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Este trabalho está licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0). Isso significa que você tem a liberdade de:
- Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer meio ou formato.
- Adaptar — remixar, transformar e construir sobre o material para qualquer propósito, inclusive comercial.
O uso deste material está condicionado à atribuição apropriada ao(s) autor(es) original(is), fornecendo um link para a licença, e indicando se foram feitas alterações. A licença não exige permissão do autor ou da editora, desde que seguidas estas condições.
A logomarca da licença Creative Commons é exibida de maneira permanente no rodapé da revista.
Os direitos autorais do manuscrito podem ser retidos pelos autores sem restrições e solicitados a qualquer momento, mesmo após a publicação na revista.