O Papel Multidisciplinar do Anestesiologista na Administração da Cetamina para Depressão Resistente ao Tratamento
The Multidisciplinary Role of the Anesthesiologist in Ketamine Administration for Treatment Resistant Depression
DOI:
https://doi.org/10.51473/rcmos.v1i1.2022.1562Palavras-chave:
Cetamina; Depressão resistente; Anestesiologia; Psiquiatria; Terapia multidisciplinarResumo
O presente artigo aborda a depressão resistente ao tratamento (DRT) como um dos principais desafios contemporâneos da psiquiatria, destacando a necessidade de abordagens terapêuticas inovadoras e seguras. O estudo tem como objetivo analisar o papel multidisciplinar do anestesiologista na aplicação da cetamina em doses subanestésicas, um fármaco que vem demonstrando efeito antidepressivo rápido e clinicamente relevante em pacientes refratários às terapias convencionais. A pesquisa baseia-se em uma análise teórico-documental e revisão das evidências científicas disponíveis até 2021, explorando aspectos clínicos, éticos e técnicos que envolvem a condução terapêutica da cetamina. São discutidas as implicações da necessidade de monitoramento rigoroso, o ambiente controlado de administração e a colaboração entre psiquiatras e anestesiologistas como elemento essencial para garantir eficácia e segurança ao paciente. Os resultados da análise indicam que o envolvimento do anestesiologista amplia a qualidade do cuidado, ao integrar conhecimentos farmacológicos e práticas de segurança avançadas. Contudo, persistem desafios éticos e regulatórios quanto à padronização de protocolos e à formação de equipes interdisciplinares. Conclui-se que a utilização da cetamina sob supervisão anestésica representa uma fronteira promissora na terapêutica da DRT, unindo inovação científica e responsabilidade clínica. Essa integração entre anestesiologia e psiquiatria configura-se como um modelo emergente de prática colaborativa, com impacto potencial sobre a efetividade dos tratamentos e a segurança do paciente.
Downloads
Referências
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders. 5. ed. Arlington: American Psychiatric Publishing, 2013. DOI: https://doi.org/10.1176/appi.books.9780890425596
BERMAN, R. M. et al. Antidepressant effects of ketamine in depressed patients. Biological Psychiatry, v. 47, n. 4, p. 351–354, 2000. DOI: https://doi.org/10.1016/S0006-3223(99)00230-9
COYLE, C. M.; LAWS, K. R. The use of ketamine as an antidepressant: a systematic review and meta-analysis. Human Psychopharmacology: Clinical and Experimental, v. 30, n. 3, p. 152–163, 2015. DOI: https://doi.org/10.1002/hup.2475
DALY, E. J. et al. Efficacy and safety of intranasal esketamine adjunctive to oral antidepressant therapy in treatment-resistant depression: a randomized clinical trial. JAMA Psychiatry, v. 75, n. 2, p. 139–148, 2018. DOI: https://doi.org/10.1001/jamapsychiatry.2017.3739
DUMAN, R. S.; AGHAJANIAN, G. K. Synaptic dysfunction in depression: potential therapeutic targets. Science, v. 338, n. 6103, p. 68–72, 2012. DOI: https://doi.org/10.1126/science.1222939
MURROUGH, J. W. et al. Antidepressant efficacy of ketamine in treatment-resistant major depression: a two-site randomized controlled trial. American Journal of Psychiatry, v. 170, n. 10, p. 1134–1142, 2013. DOI: https://doi.org/10.1176/appi.ajp.2013.13030392
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Depression and Other Common Mental Disorders: Global Health Estimates. Geneva: WHO, 2017.
ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO. Health at a Glance 2019: OECD Indicators. Paris: OECD Publishing, 2019.
SANACORA, G. et al. A consensus statement on the use of ketamine in the treatment of mood disorders. JAMA Psychiatry, v. 74, n. 4, p. 399–405, 2017. DOI: https://doi.org/10.1001/jamapsychiatry.2017.0080
ZARATE, C. A. et al. A randomized trial of an N-methyl-D-aspartate antagonist in treatment-resistant major depression. Archives of General Psychiatry, v. 63, n. 8, p. 856–864, 2006. DOI: https://doi.org/10.1001/archpsyc.63.8.856
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Categorias
Licença
Copyright (c) 2022 Fabricio Chaves de Melo Castelo Branco (Autor)

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Este trabalho está licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0). Isso significa que você tem a liberdade de:
- Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer meio ou formato.
- Adaptar — remixar, transformar e construir sobre o material para qualquer propósito, inclusive comercial.
O uso deste material está condicionado à atribuição apropriada ao(s) autor(es) original(is), fornecendo um link para a licença, e indicando se foram feitas alterações. A licença não exige permissão do autor ou da editora, desde que seguidas estas condições.
A logomarca da licença Creative Commons é exibida de maneira permanente no rodapé da revista.
Os direitos autorais do manuscrito podem ser retidos pelos autores sem restrições e solicitados a qualquer momento, mesmo após a publicação na revista.





