Repercussão da inteligência artificial no STF: julgamentos monocráticos e os riscos da automação decisória

Repercussions of artificial intelligence in the Supreme Federal Court: monocratic judgments and the risks of automated decision-making

Autores

  • Elival Tomaz Santos Júnior Faculdade Santa Teresa  Autor
  • Tatiana do Nascimento da Silva Faculdade Santa Teresa  Autor
  • Paulo Queiroz Faculdade Santa Teresa Autor

DOI:

https://doi.org/10.51473/rcmos.v1i2.2025.1308

Palavras-chave:

Inteligência Artificial – STF – CNJ – Vieses Algorítmicos – Cibersegurança – Decisões Monocráticas

Resumo

O presente artigo analisa a crescente utilização de sistemas de inteligência artificial (IA) no Supremo Tribunal Federal (STF), com especial enfoque nas decisões monocráticas e nos impactos das Resoluções nº 332/2020 e nº 615/2025 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A pesquisa parte da constatação de que tais tecnologias, embora promovam celeridade e eficiência processual, também trazem riscos significativos relacionados à transparência decisória, aos vieses algorítmicos e à cibersegurança institucional. Nesse cenário, busca-se avaliar até que ponto a modernização tecnológica pode conviver com as garantias constitucionais do devido processo legal e da imparcialidade judicial. A análise é enriquecida por experiências internacionais, como a utilização de juízes virtuais na Estônia, os tribunais digitais da China e as diretrizes éticas da União Europeia para o uso confiável da IA (Ethics Guidelines for Trustworthy AI). Esses exemplos demonstram que a adoção da tecnologia deve estar necessariamente condicionada à existência de mecanismos robustos de governança e auditoria. No Brasil, a Resolução nº 332/2020 representou marco inicial ao estabelecer princípios como transparência, não discriminação e responsabilidade humana. Posteriormente, a Resolução nº 615/2025 reforçou aspectos de explicabilidade algorítmica, auditoria independente e protocolos de segurança digital, alinhando-se a padrões internacionais como o NIST Cybersecurity Framework. Conclui-se que a incorporação da IA no STF é inevitável, mas deve ser regulada de modo a equilibrar inovação e preservação de direitos fundamentais. A Justiça digital só será legítima se pautada pela transparência, pela segurança e pelo controle social, assegurando que a tecnologia se torne aliada da democracia, e não ameaça à sua integridade.

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Biografia do Autor

  • Elival Tomaz Santos Júnior, Faculdade Santa Teresa 

    Graduado em Direito pela Faculdade Santa Teresa 

  • Tatiana do Nascimento da Silva, Faculdade Santa Teresa 

    Graduandos em Direito pela Faculdade Santa Teresa 

  • Paulo Queiroz, Faculdade Santa Teresa

    Orientador

Referências

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Arquivos adicionais

Publicado

28.08.2025

Como Citar

JÚNIOR, Elival Tomaz Santos; SILVA, Tatiana do Nascimento da; QUEIROZ, Paulo. Repercussão da inteligência artificial no STF: julgamentos monocráticos e os riscos da automação decisória: Repercussions of artificial intelligence in the Supreme Federal Court: monocratic judgments and the risks of automated decision-making. RCMOS - Revista Científica Multidisciplinar O Saber, Brasil, v. 1, n. 2, 2025. DOI: 10.51473/rcmos.v1i2.2025.1308. Disponível em: https://submissoesrevistarcmos.com.br/rcmos/article/view/1308. Acesso em: 8 set. 2025.