Cultivando o campo da Educação Interprofissional & Formação em saúde
Cultivating the field of Interprofessional Education and Training in Health
DOI:
https://doi.org/10.51473/rcmos.v1i2.2025.1722Palavras-chave:
Educação Interprofissional; Formação em Saúde; Trabalho Colaborativo; Prática Interprofissional; Sistemas de Saúde.Resumo
O texto discute os desafios contemporâneos enfrentados pelos sistemas de saúde e a necessidade urgente de reformar os modelos de formação profissional para que os trabalhadores estejam preparados para responder às demandas cada vez mais complexas da sociedade. A formação tradicional, marcada pela fragmentação e pelo desenvolvimento isolado de competências específicas, produziu silos profissionais que dificultam o trabalho em equipe e comprometem a qualidade da assistência. Nesse cenário, documentos internacionais da OMS e da PAHO, juntamente com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, reforçam a importância de fortalecer práticas colaborativas e investir na preparação de profissionais capazes de atuar de forma integrada. A Educação Interprofissional (EIP) surge como estratégia fundamental para superar a incoerência histórica de formar separadamente profissionais que necessariamente trabalharão juntos. Ao promover a aprendizagem compartilhada desde a graduação, a EIP contribui para o desenvolvimento de competências colaborativas, para a redução de retrabalho, para o aumento da segurança do paciente e para a otimização dos recursos em saúde. Desde suas primeiras iniciativas no Reino Unido, na década de 1960, até o marco teórico da OMS publicado em 2010, a EIP consolidou-se como eixo estruturante para a reorientação dos currículos e o fortalecimento da prática interprofissional. As Diretrizes Curriculares Nacionais também apontam para essa necessidade ao orientar que a formação em saúde seja capaz de preparar profissionais para o trabalho em equipe. Assim, a Educação Interprofissional configura-se como caminho indispensável para aprimorar a qualidade da assistência, alinhar os serviços às necessidades da população e promover práticas mais integradas, resolutivas e seguras.
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