O impacto do turismo na diplomacia cultural: construindo pontes entre Angola, Zâmbia, Namíbia, Zimbabue e Botsuana no contexto da África Austral
The Impact of Tourism on Cultural Diplomacy: Building Bridges between Angola, Zambia, Namibia, Zimbabwe, and Botswana in the Southern African Context
DOI:
https://doi.org/10.51473/rcmos.v1i1.2025.1157Palavras-chave:
Turismo; Diplomacia Cultural; Integração Regional; África Austral; Cooperação Transfronteiriça.Resumo
Este artigo analisa o impacto do turismo como instrumento de diplomacia cultural entre Angola, Zâmbia, Namíbia, Zimbabué e Botsuana, no contexto da integração regional da África Austral. Parte-se da premissa de que o turismo transfronteiriço pode fortalecer laços culturais, resgatar memórias partilhadas e promover valores comuns entre povos historicamente ligados, mas fragmentados por fronteiras coloniais. A investigação utiliza uma abordagem mista, com predominância quantitativa, fundamentada em revisão teórica e análise empírica, a partir de inquéritos aplicados a actores locais. Os resultados demonstram que o turismo cultural vai além do seu papel económico, actuando como vector simbólico de reconexão, expressão identitária e cooperação regional. Evidenciam-se iniciativas como festivais culturais, rotas turísticas integradas e patrimónios transfronteiriços, que contribuem para uma diplomacia mais próxima das comunidades, reforçando a coesão e o entendimento mútuo. Concluiu-se que, para além dos benefícios económicos, o turismo tem potencial estratégico para consolidar uma diplomacia cultural africana, sustentável e centrada nas dinâmicas culturais locais.
Downloads
Referências
Anderson, G., Muleya, D., & Sibanda, N. (2020). KAZA TFCA and the prospects of regional integration through environmental cooperation. Journal of Southern African Studies, 46(3), 487–504. https://doi.org/10.1080/03057070.2020.1747132
Amin, S. (2006). O eurocentrismo: Crítica de uma ideologia. Lisboa: Afrontamento.
AU – African Union. (2020). Impact of COVID-19 on tourism and creative industries in Africa. African Union Commission – Department of Social Affairs. https://au.int/
Beni, M. C. (2007). Análise estrutural do turismo. SENAC.
Carvalho, C. A. (2012). Desenvolvimento local: uma estratégia para o fortalecimento da cidadania. Cortez.
Castells, M. (2009). Communication power. Oxford University Press.
Cruz, RCA. (2001). Planejamento turístico: Teoria e prática. Papirus.
Deuze, M. (2012). Media life. Polity Press.
Diniz, CC. (1993). Desenvolvimento poligonal no Brasil: nem desconcentração, nem contínua polarização. Nova Economia, 3(1), 35–64.
Mazrui, AA. (1986). The Africans: A triple heritage. BBC Publications.
Mbembe, A. (2001). On the postcolony. University of California Press.
Mbembe, A. (2016). Políticas da inimizade (M. S. Pereira, Trad.). Lisboa: Antígona.
Milani, C. R. S. (2005). Política externa e desenvolvimento: interfaces analíticas. Revista Brasileira de Política Internacional, 48(1), 101–128.
Musoni, F. (2014). Border jumping and migration control in Southern Africa. Journal of Southern African Studies, 40(4), 843–861. https://doi.org/10.1080/03057070.2014.932947
Murunga, G. R. (2007). African borders and cultural diplomacy. African Studies Review, 50(3), 121–133. https://doi.org/10.1353/arw.2007.0072 DOI: https://doi.org/10.1353/arw.2007.0072
Ndlovu-Gatsheni, S. J. (2013). Coloniality of power in postcolonial Africa: Myths of decolonization. CODESRIA.
Nkrumah, K. (1963). Africa must unite. Heinemann.
Ngoenha, S. (2013). A filosofia africana como crítica da modernidade: Fundamentos para uma africanidade crítica. Maputo: Escolar.
Novais, B. V. (2020). O que é diplomacia cultural? Revista InterAção, 11(2), 59–70. https://doi.org/10.5902/2357797547497 DOI: https://doi.org/10.5902/2357797547497
Nye, J. S. (2004). Soft power: The means to success in world politics. PublicAffairs.
OMT – Organização Mundial do Turismo (2021). Tourism definitions. https://www.unwto.org
Pinho, D. B. (2010). Desenvolvimento regional sustentável: Uma proposta metodológica para a análise do desenvolvimento regional. Revista de Desenvolvimento Econômico, 12(21), 45–67.
SADC – Southern African Development Community. (2022). Tourism Programme Implementation Framework 2020–2030. SADC Secretariat. https://www.sadc.int/
SADC – Southern African Development Community. (2001). Protocol on Culture, Information and Sport. https://www.sadc.int/documents-publications/
Salamon, LM., & Anheier, H. K. (1997). Defining the nonprofit sector: A cross-national analysis. Manchester University Press.
Schneider, CP (2006). Cultural diplomacy: Hard to define, but you’d know it if you saw it. The Brown Journal of World Affairs, 13(1), 191–203.
Španjević, M. (2014). Diplomacia cultural: Formas e possibilidades no terceiro setor [Tese de Mestrado, Universidade de Lisboa]. Repositório da Universidade de Lisboa.
Timothy, D. J. (2001). Tourism and political boundaries. Routledge. DOI: https://doi.org/10.4324/9780203214480
Tötemeyer, G., & Shapi, M. (2021). Environmental governance and regional collaboration: KAZA TFCA and SADC’s integration goals. African Journal of Environmental Policy, 17(1), 65–82.
UNWTO – United Nations World Tourism Organization. (2020). Tourism and Sustainable Development Goals – Journey to 2030. https://www.e-unwto.org
Uvin, P. (2002). The development/peacebuilding nexus: A typology and history of changing paradigms. Journal of Peacebuilding & Development, 1(1), 5–24. https://doi.org/10.1080/15423166.2002.11051674 DOI: https://doi.org/10.1080/15423166.2002.979203266676
Yudhishthir, R. I. (2013). Cultural policy and cultural diplomacy: A European perspective. In More Europe: External Cultural Relations. https://www.cultureinexternalrelations.eu
Downloads
Arquivos adicionais
Publicado
Edição
Seção
Categorias
Licença
Copyright (c) 2025 Cláudio Emílio Culessala , Kelsom Chavonga (Autor)

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Este trabalho está licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0). Isso significa que você tem a liberdade de:
- Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer meio ou formato.
- Adaptar — remixar, transformar e construir sobre o material para qualquer propósito, inclusive comercial.
O uso deste material está condicionado à atribuição apropriada ao(s) autor(es) original(is), fornecendo um link para a licença, e indicando se foram feitas alterações. A licença não exige permissão do autor ou da editora, desde que seguidas estas condições.
A logomarca da licença Creative Commons é exibida de maneira permanente no rodapé da revista.
Os direitos autorais do manuscrito podem ser retidos pelos autores sem restrições e solicitados a qualquer momento, mesmo após a publicação na revista.