Do papel às plataformas digitais: contrastes e continuidade na educação a distância
From paper to digital platforms: contrasts and continuity in distance education
DOI:
https://doi.org/10.51473/rcmos.v1i2.2025.1433Palavras-chave:
Inteligência Artificial; Inclusão Digital; Mediação Pedagógica; Políticas Educacionais; Tecnologias Educacionais.Resumo
Este artigo examina a evolução da Educação a Distância (EaD) no Brasil, desde os cursos por correspondência no início do século XX até a integração da Inteligência Artificial (IA) nas práticas educacionais contemporâneas. A pesquisa, de caráter qualitativo e documental, analisa legislações, relatórios institucionais e literatura especializada, buscando compreender os marcos históricos, os fundamentos teóricos e os desafios atuais da modalidade. Entre as teorias clássicas, destacam-se a distância transacional de Moore, que aborda autonomia e interação; a industrialização de Peters, que compara a EaD a processos produtivos; e a conversa didática guiada de Holmberg, que enfatiza a empatia e a comunicação. Teorias contemporâneas, como o conectivismo de Siemens e o socioconstrutivismo digital inspirado em Vygotsky, reforçam a importância das redes e da mediação tecnológica. Além disso, a Teoria da Atividade de Engeström e a Teoria da Difusão de Inovações de Rogers ajudam a compreender a adoção das tecnologias educacionais. O estudo revela que a EaD percorreu ciclos de resistência, regulamentação e consolidação, expandindo o acesso à educação, mas enfrentando também evasão, precarização e desigualdade. A incorporação da IA — em plataformas adaptativas, sistemas de feedback automatizado e curadoria de conteúdos — abre novas possibilidades pedagógicas, mas levanta questões éticas relacionadas a plágio, privacidade e dependência tecnológica. Conclui-se que a EaD é um campo em constante transformação, no qual a tecnologia deve servir como mediadora crítica e inclusiva, sem substituir o papel humanizador do professor. O futuro da modalidade dependerá de políticas públicas consistentes, formação docente contínua e uso ético das ferramentas digitais, assegurando uma educação inovadora e socialmente justa.
Downloads
Referências
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011.
BARSA ENCYCLOPAEDIA. Enciclopédia Barsa: edição original. São Paulo: Barsa, 1964.
BRASIL. Decreto nº 2.494, de 10 de fevereiro de 1998. Regulamenta o art. 80 da Lei nº 9.394/96. Diário Oficial da União, Brasília, 11 fev. 1998.
BRASIL. Decreto nº 5.622, de 19 de dezembro de 2005. Regulamenta o art. 80 da Lei nº 9.394/96. Diário Oficial da União, Brasília, 20 dez. 2005.
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 23 dez. 1996.
BRASIL. Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018. Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). Diário Oficial da União, Brasília, 15 ago. 2018.
BRASIL. Portaria MEC nº 2.117, de 6 de dezembro de 2019. Dispõe sobre a oferta de carga horária EaD em cursos presenciais. Diário Oficial da União, Brasília, 9 dez. 2019.
BRASIL. Portaria MEC nº 668, de 14 de junho de 2024. Revoga a Portaria nº 2.117/2019 e estabelece novos parâmetros de presencialidade. Diário Oficial da União, Brasília, 17 jun. 2024.
CHOPPIN, Alain. L’histoire des manuels scolaires: recherches récentes, problématiques nouvelles. Histoire de l’éducation, n. 101, p. 59–84, 2004.
EISENSTEIN, Elizabeth. A revolução da imprensa nos tempos modernos: a imprensa como agente de mudança cultural. São Paulo: Ática, 1979.
ENGESTRÖM, Yrjö. Learning by expanding: an activity-theoretical approach to developmental research. Helsinki: Orienta-Konsultit, 1987.
FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 36. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2011.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
GOMES, Laurindo Leal. Educação a distância no Brasil: novos tempos, velhos desafios. Brasília: Liber Livro, 2011.
HOLMBERG, Börje. Theory and practice of distance education. 2. ed. London: Routledge, 1985.
HOLMES, Wayne et al. Artificial intelligence in education: promises and implications for teaching and learning. Paris: UNESCO, 2019.
INEP. Censo da Educação Superior 2022: resultados. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Disponível em: https://www.gov.br/inep/
. Acesso em: 5 ago. 2025.
ISER, Wolfgang. O ato da leitura: uma teoria do efeito estético. 2. ed. São Paulo: 34, 1996.
KENSKI, Vani Moreira. Educação e tecnologias: o novo ritmo da informação. Campinas: Papirus, 2003.
KENSKI, Vani Moreira. Tecnologias e ensino presencial e a distância. 2. ed. Campinas: Papirus, 2012.
KHAN ACADEMY. Khanmigo: the AI guide for students and teachers. 2023. Disponível em: https://www.khanacademy.org/khan-labs
. Acesso em: 1 ago. 2025.
LITTO, Fredric M.; FORMIGA, Marcos (orgs.). Educação a distância: o estado da arte. São Paulo: Pearson Education, 2009.
LUCKIN, Rosemary et al. Intelligence unleashed: an argument for AI in education. London: Pearson, 2016.
MASETTO, Marcos Tarciso. Competência pedagógica do professor universitário. 2. ed. São Paulo: Summus, 2012.
MASETTO, Marcos Tarciso. Docência na universidade. São Paulo: Papirus, 2003.
MORAN, José Manuel. A educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá. Campinas: Papirus, 2007.
MORAN, José Manuel. Educação híbrida: um conceito-chave para a transformação da educação. In: BACICH, Lilian; TANZI NETO, Achiles F.; TREVISANI, Fernando M. Educação híbrida: personalização e tecnologia na educação. Porto Alegre: Penso, 2018.
MORAN, José Manuel. Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-prática. Campinas: Papirus, 2015.
MOORE, Michael G. Theory of transactional distance. In: KEEGAN, Desmond (ed.). Theoretical principles of distance education. London: Routledge, 1993. p. 22–38.
OCDE. AI in education: opportunities and challenges. Paris: OECD, 2023.
OPENAI. ChatGPT. 2022. Disponível em: https://openai.com/blog/chatgpt
. Acesso em: 5 ago. 2025.
PETERS, Otto. Distance education: a systems view of online learning. 2. ed. Belmont: Wadsworth, 1983.
ROGERS, Everett M. Diffusion of innovations. 5. ed. New York: Free Press, 2003.
ROJO, Roxane. Escola e letramentos digitais: novas práticas de leitura e escrita. São Paulo: Parábola, 2013.
ROJO, Roxane. Letramentos múltiplos, escola e inclusão social. São Paulo: Parábola, 2012.
SIEMENS, George. Connectivism: a learning theory for the digital age. International Journal of Instructional Technology and Distance Learning, v. 2, n. 1, p. 3–10, 2005.
SIEMENS, George; LONG, Phil. Penetrating the fog: analytics in learning and education. EDUCAUSE Review, v. 46, n. 5, p. 30–40, 2011.
UNESCO. Artificial intelligence and education: guidance for policy-makers. Paris: UNESCO, 2021.
VYGOTSKY, Lev S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. São Paulo: Martins Fontes, 1978.
ZILBERMAN, Regina. A leitura como aprendizagem. 3. ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 2003.
ZILBERMAN, Regina. Leitura e formação do leitor: uma perspectiva histórico-cultural. São Paulo: Contexto, 2009.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Categorias
Licença
Copyright (c) 2025 Dalma Honória de Arruda, Leonardo Cristiano da Silva (Autor)

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Este trabalho está licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0). Isso significa que você tem a liberdade de:
- Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer meio ou formato.
- Adaptar — remixar, transformar e construir sobre o material para qualquer propósito, inclusive comercial.
O uso deste material está condicionado à atribuição apropriada ao(s) autor(es) original(is), fornecendo um link para a licença, e indicando se foram feitas alterações. A licença não exige permissão do autor ou da editora, desde que seguidas estas condições.
A logomarca da licença Creative Commons é exibida de maneira permanente no rodapé da revista.
Os direitos autorais do manuscrito podem ser retidos pelos autores sem restrições e solicitados a qualquer momento, mesmo após a publicação na revista.