Controle de convencionalidade e proteção de pessoas LGBTQIA+: análise jurídica da Resolução CNJ n.º 582/2024
Conventionality control and the protection of LGBTQIA+ people: a legal analysis of CNJ Resolution no. 582/2024
DOI:
https://doi.org/10.51473/rcmos.v1i2.2025.1743Palavras-chave:
Controle de convencionalidade. Direitos humanos. Pessoas LGBTQIA+. Acesso à justiça. Conselho Nacional de JustiçaResumo
O artigo examina a Resolução CNJ nº 582/2024 como mecanismo de enfrentamento da LGBTIfobia institucional e de promoção dos direitos das pessoas LGBTQIA+ no âmbito do Poder Judiciário. Analisa-se a criação do Fórum Nacional de Promoção dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+ e do Formulário Rogéria, concebido como instrumento padronizado de identificação de risco, registro de violências e encaminhamento de respostas protetivas. A pesquisa adota abordagem jurídico-teórica e documental, baseada em doutrina sobre controle de convencionalidade e acesso à justiça, na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e em atos normativos do Conselho Nacional de Justiça. Sustenta-se que a Resolução nº 582/2024 concretiza o dever de harmonização do direito interno com a Convenção Americana de Direitos Humanos e com a jurisprudência da Corte Interamericana, conferindo efetividade ao princípio pro homine. Conclui-se que a normativa representa ativismo institucional legítimo, com função pedagógica e transformadora, cujo potencial emancipatório depende da implementação qualificada do Formulário Rogéria e de políticas permanentes de capacitação e monitoramento no sistema de justiça.
Downloads
Referências
ANDRADE IRINEU, Bruna et al. LGBTI+fobia de Estado na tessitura das políticas de morte: insegurança social, negligência e crimes de ódio. Sexualidad, Salud y Sociedad - Revista Latino-americana, n. 40, 2024, p. 2–19. DOI: https://doi.org/10.1590/1984-6487.sess.2024.40.e22302.a.pt
CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso à Justiça. Porto Alegre: Sérgio Antonio Fabris Editor, 2002, p. 3–59.
CALIXTO, Angela Jank; AMORIM, Renata Alves; CARVALHO, Luciani Coimbra de. Controle de convencionalidade e ativismo judicial: o papel do Judiciário como garantidor de direitos humanos. Revista Videre, v. 12, n. 23, 2020, p. 36–59. DOI: https://doi.org/10.30612/videre.v12i23.11120
CARVALHO RAMOS, André de. Controle de convencionalidade: origem, conceito e desdobramentos. Artigo acadêmico sobre controle de convencionalidade, s.l., s.d., p. 1–20.
CARVALHO RAMOS, André de; GAMA, Marina Faraco Lacerda. A dimensão contemporânea da dignidade da pessoa humana na ordem econômica brasileira. Revista Pensamento Jurídico, v. 17, n. 3, 2023, p. 1–24.
CARVALHO RAMOS, André de. Supremo Tribunal Federal brasileiro e o controle de convencionalidade: levando a sério os tratados de Direitos Humanos. Revista da Faculdade de Direito da USP, v. 104, 2009, p. 241–286. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2318-8235.v104i0p241-286
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ). Controle de convencionalidade. In: Coletânea de textos sobre controle de convencionalidade. Brasília: CNJ, 2016, p. 1–138.
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ). Resolução n° 582, de 20 de setembro de 2024. Documento institucional sobre direitos LGBTQIA+. Brasília: CNJ, 2024, p. 1–10.
FERRER MAC-GREGOR, Eduardo et al. Coletânea institucional sobre controle de convencionalidade. Brasília: CNJ, 2016, p. 19–40.
IOTTI, Paulo. Da homossexualidade à homoafetividade: dos gregos à contemporaneidade. Revista de Direito Civil Contemporâneo, v. 3, n. 1, 2021, p. 83–104.
PRINCÍPIOS DE YOGYAKARTA. Princípios sobre a aplicação da legislação internacional de direitos humanos em relação à orientação sexual e identidade de gênero. Documento internacional de direitos humanos. Yogyakarta, 2006, p. 7–36.
SCOTTI, Guilherme. Direito e eticidade: o universalismo dos direitos fundamentais como garantia necessária à reflexividade ética. Revista da UnB, p. 5781–5796, ano não indicado.
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Cadernos de Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal: concretizando direitos humanos. Brasília: STF/CNJ, 2022, p. 1–138.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Categorias
Licença
Copyright (c) 2025 Paulo Everton Silva Lima (Autor)

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Este trabalho está licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0). Isso significa que você tem a liberdade de:
- Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer meio ou formato.
- Adaptar — remixar, transformar e construir sobre o material para qualquer propósito, inclusive comercial.
O uso deste material está condicionado à atribuição apropriada ao(s) autor(es) original(is), fornecendo um link para a licença, e indicando se foram feitas alterações. A licença não exige permissão do autor ou da editora, desde que seguidas estas condições.
A logomarca da licença Creative Commons é exibida de maneira permanente no rodapé da revista.
Os direitos autorais do manuscrito podem ser retidos pelos autores sem restrições e solicitados a qualquer momento, mesmo após a publicação na revista.





